quarta-feira, 30 de maio de 2012


Projeto – A SAÚDE DA MULHER E AS DOENÇAS
Nos últimos anos, as mulheres são a maioria da população brasileira com 50,77% e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Frequentam os serviços de saúde para o seu próprio atendimento, mas, sobretudo, acompanhando crianças e outros familiares, pessoas idosas, com deficiência, vizinhos, amigos. São também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade.
A situação de saúde envolve diversos aspectos da vida, como a relação com o meio ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho, moradia e renda. No caso das mulheres, os problemas são agravados pela discriminação nas relações de trabalho e a sobrecarga com as responsabilidades com o trabalho doméstico. Outras variáveis como raça, etnia e situação de pobreza realçam ainda mais as desigualdades.
As mulheres vivem mais do que os homens, porém adoecem mais freqüentemente. A vulnerabilidade feminina frente a certas doenças e causas de morte está mais relacionada com a situação de discriminação na sociedade do que com fatores biológicos.
Os indicadores epidemiológicos do Brasil mostram uma realidade na qual convivem doenças dos países desenvolvidos (cardiovasculares e crônico-degenerativas) com aquelas típicas do mundo subdesenvolvido (mortalidade materna e desnutrição). Os padrões de morbimortalidade encontrados nas mulheres revelam também essa mistura de doenças, que seguem as diferenças de desenvolvimento regional e de classe social.
Dentro da perspectiva de buscar compreender essa imbricação de fatores que condicionam o padrão de saúde da mulher, este projeto analisa, sob o enfoque de gênero, os dados epidemiológicos extraídos dos sistemas de informação do Ministério da Saúde e de pesquisas de documentos e dados com esse tema.
As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Estimativas recentes apontam para a ocorrência de mais de 10 milhões de novas infecções de transmissão sexual que podem evoluir para doenças sintomáticas, como uretrites, cervicites, úlceras e verrugas genitais, ou permanecerem assintomáticas. Isso, associado ao alto índice de automedicação, torna o problema ainda maior, já que muitos dos casos não recebem orientação e tratamento adequados, tornando-se subclínicos, permanecendo transmissores e mantendo-se como elos fundamentais na cadeia de transmissão das infecções. Se, por um lado, não é possível conhecer a real magnitude das DST no Brasil, a sua transcendência é por demais conhecida: são consideradas, atualmente, o principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV; algumas, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até mesmo para o óbito; durante a gestação, algumas podem ser transmitidas ao feto, causando-lhe importantes lesões ou mesmo provocando o abortamento; podem causar grande impacto psicológico em seus portadores, levando-os muitas vezes a tomar iniciativas equivocadas, como procurar assistência com pessoas sem a devida formação para tal (balconistas de farmácia, curandeiros, etc.), e mesmo adotando a prática inadequada da automedicação, o que é facilitado pela falta de controle na venda de medicamentos que existe em nosso País; causam também grande impacto social, que se traduz em custos indiretos para a economia do País e que, somados aos enormes custos diretos decorrentes das internações e procedimentos necessários para o tratamento de suas complicações, elevam os custos totais. Provavelmente, devido ao fato de ser o principal fator facilitador da transmissão sexual do HIV, nos últimos anos, o estudo e o trabalho com as outras DST passou a ter redobrada importância pelo devido número de mulheres infectadas.
OBJETIVO GERAL: 
Oficinas de “ A Sexualidade responsável e promoção a saúde, contra estigmas das DST/Aids, Tuberculose e Hepatites Virais”.
1- JUSTIFICATIVA:
As desigualdades sociais, econômicas e culturais se revelam no processo de adoecer e morrer das populações e de cada pessoa em particular, de maneira diferenciada. De acordo com os indicadores de saúde, as populações expostas a precárias condições de vida estão mais vulneráveis e vivem menos. A situação da População Mundial de 2002 demonstra que o número de mulheres que vivem em situação de pobreza é superior ao de homens, que as mulheres que trabalham durante mais horas do que os homens e que, pelo menos, metade do seu tempo é gasto em atividades não remuneradas, o que diminui o seu acesso aos bens sociais, inclusive aos serviços de saúde.
Levando em consideração que as históricas desigualdades de poder entre homens e mulheres implicam num forte impacto nas condições de saúde destas últimas, as questões de gênero devem ser consideradas como um dos determinantes da saúde na formulação das políticas públicas. O gênero, como elemento constitutivo das relações sociais entre homens e mulheres, é uma construção social e histórica. É construído e alimentado com base em símbolos, normas e instituições que definem modelos de masculinidade e feminilidade e padrões de comportamento aceitáveis ou não para homens e mulheres. O gênero delimita campos de atuação para cada sexo, dá suporte à elaboração de leis e suas formas de aplicação. Também está incluída no gênero a subjetividade de cada sujeito, sendo única sua forma de reagir ao que lhe é oferecido em sociedade. O gênero é uma construção social sobreposta a um corpo sexuado. É uma forma primeira de significação de poder.
Gênero se refere ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que definem o que significa ser homem ou ser mulher. Na maioria das sociedades, as relações de gênero são desiguais. Os desequilíbrios de gênero se refletem nas leis, políticas e práticas sociais, assim como nas identidades, atitudes e comportamentos das pessoas.
As desigualdades de gênero tendem a aprofundar outras desigualdades sociais e a discriminação de classe, raça, casta, idade, orientação sexual, etnia, deficiência, língua ou religião, dentre outras.
Da mesma maneira que diferentes populações estão expostas a variados tipos e graus de risco, mulheres e homens, em função da organização social das relações de gênero, também estão expostos a padrões distintos de sofrimento, adoecimento e morte. Partindo-se desse pressuposto, é imprescindível a incorporação da perspectiva de gênero na análise do perfil epidemiológico e no planejamento de ações de saúde, que tenham como objetivo promover a melhoria das condições de vida, a igualdade e os direitos de cidadania da mulher.

2 - DESENVOLVIMENTO DO PROJETO:
2.1 Encontros de sensibilização:
Com o tema “Em tempos de HIV: dilemas e desafios na promoção a saúde” serão abordados os seguintes assuntos:
• Principais doenças que são transmitidas pela relação sexual e sua transmissão;
• Porque e quando se submeter ao teste anti-HIV;
• Porque o parceiro único não é sexo seguro;
• O preconceito e a discriminação ao soropositivo do HIV;
• O correto uso dos preservativos feminino e masculino;
• Vivendo com AIDS;
• AIDS na adolescência;
• TB/HIV/AIDS e Hepatites Virais;
• Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva;
• Articulação Saúde-Educação;
• Aids e Direitos;
• Gravidez na adolescência;
• Relações de gênero;

3 - OBJETIVOS:
• Sensibilização de educadores para o tema: DST/AIDS e Hepatites Virais e Tuberculose e o incentivo para o debate e construção de ações pedagógicas nas escolas.
• Criação de um canal de comunicação entre as escolas participantes e o Grupo pela VIDDA/RJ, para atualização permanente.
Com as informações adquiridas, os educadores estarão capacitados a falar de sexualidade de forma transversal nas disciplinas comuns ao ensino fundamental e médio, ou seja, não haverá um momento específico para falar de educação sexual, mas o tema poderá permear matérias como Ciências ou Educação Física. A medida atende às premissas dos parâmetros curriculares nacionais estabelecidos pelo MEC em 1996, que recomenda, entre outras coisas que o tema orientação sexual seja mesclado às outras disciplinas.

4 - PÚBLICO ALVO
Crianças e Adolescentes regularmente matriculados nos 8º e 9º anos das escolas públicas do município de Aimorés.

5 - MARCA DO PROJETO:
“EDUCAR PARA UMA VIDA MELHOR”.

Financiadora: Prefeitura Municipal de Aimorés, MG

Observamos que, embora já se admita a discussão sobre a AIDS, com uma abordagem mais esclarecedora, o preconceito ainda persiste. A falta de informação aliada ao preconceito contribui, a cada dia, para maior incidência da contaminação pelo vírus HIV e outras doenças venéreas, influenciando negativamente na saúde da população.
As estatísticas que foram analisadas por nós, apresentadas pelos dados do Ministério da Saúde demonstram que a epidemia do HIV/AIDS continua crescendo e atingindo os adolescentes em sua primeira relação sexual, não importando a raça, credo ou orientação adquirida, tendo atingido no mundo 33 milhões de pessoas. No Brasil, o quadro é critico. Diariamente, são registrados 68 novos casos, 107 internações e 30 mortes.
6 - METODOLOGIA
-Treinamentos e sensibilização para formação de agentes na perspectiva da promoção da saúde.
- Oficinas e debates para erradicação do estigma e preconceito acerca do HIV e Aids.
- Oficinas de construção compartilhadas para ações afirmativas acerca do viver com HIV e Aids, soropositividade e prevenção positiva.
- Oficinas afirmativas para debate acerca da prevenção e do Sexo mais seguro.
- Treinamentos e atividades temáticas com enfoque na prevenção das DST , HIV/Aids, tuberculose e hepatites virais.
- Sensibilização e treinamento de agentes sociais e lideranças para a profilaxia do HIV/Aids no contexto de tuberculose.
- Debate acerca de direitos e deveres dos pacientes com co-infecção TB/HIV/Aids.
- Atividades lúdicas e interativas – teatro preventivo, performances e jogos educativos.

7 - PRAZO
Para a execução deste projeto, serão necessários 02 (dois) meses para capacitação de educadores da rede municipal de ensino. Esta atividade deverá ser realizada na sede das escolas, em horário destinado especificamente para isso.
O projeto será desenvolvido em um ano letivo nos 8º e 9º anos do ensino fundamental das escolas públicas do município de Aimorés.
8 - SUSTENTABILIDADE
            O tema tratado no projeto deverá ser trabalhado continuamente pelos professores da área de Ciências quando tratar de Aparelho Reprodutor, Sexo e Sexualidade. Neste momento deverão ser tratados os temas propostos no projeto em questão. 

Plano Básico do grupo 1:"Promovendo a qualidade da saúde das mulheres".

sábado, 26 de maio de 2012



A ESCOLA COMO INSTRUMENTO DE COMBATE AO RACISMO.








Para residir de acordo com a democracia em uma sociedade plural é preciso respeitar os diferentes grupos e culturas que a constituem. A sociedade brasileira é formada não só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a convivência entre grupos diferenciados nos planos sociais e culturais muitas vezes é marcada pelo preconceito e pela discriminação. Perceber o assunto do racismo na nossa coletividade hoje em dia é saber que isso está subentendido dentro de cada pessoa e cabe perceber que essa situação persiste porque existe a dominação e a descriminação social, a divisão de classes, a educação familiar e social que ainda está baseada nestes pilares impostos pela sociedade.
 Enquanto nós professores e gestores não percebermos o processo de aprendizagem e entendermos que temos um problema que envolve a questão racial muito presente e abundantemente enraizado nas famílias difícil de ser diagnosticado. Alguns conceitos ainda estão presentes na educação das crianças que chegam à escola acreditando que são melhores que outras. Tudo isso nos leva a entender que muitos pais ainda não têm conhecimento e alimentam nos seus filhos os sentimentos racistas por preconceitos e por total falta de sensibilidade e respeito com o seu próximo, porque não tiveram a oportunidade entender que todos são iguais nos diretos e deveres que devemos conviver com as diferenças. O amplo empreendimento da escola é conhecer a diversidade como parte essencial da identidade nacional e reconhecer a riqueza representada por essa diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural do povo brasileiro, investindo na superação de qualquer tipo de discriminação e valorizando a trajetória particular dos grupos que compõem a nossa  sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de aprendizagem de que as regras do espaço público permitem a coexistência, em igualdade, dos diferentesO trabalho com Pluralidade Cultural se dá a cada instante, exige que a escola alimente uma “Cultura da Paz”, baseada na tolerância, no respeito aos direitos humanos e na noção de cidadania compartilhada por todos os brasileiros. 
O aprendizado não ocorrerá por discursos, e sim num cotidiano em que uns não sejam “mais diferentes” do que os outros. Em relação ao percurso da história e as noções de raça, é preciso entender que há questões contraditórias no racismo existente na nossa sociedade, e a formação familiar de nossas crianças ainda hoje está concebida com formas de dominação impostas pelo meio social. Para discutir de forma ampla o tema racismo que muito vezes e construído no seio familiar deve convidar os pais dos alunos para circulo de palestras sobre o racismo tentado mostrar que um grande mal das sociedades modernas.
Depois de tudo isso todos poderão assistir um filme relacionado ao assunto racismo em nossa sociedade. Os filmes serão escolhidos e votados por todos. Tudo isso levará muitas famílias a entender a troca que deve existir na sociedade, a importância que cada um tem e que as pessoas não conseguem viver sozinhas ou isoladas, que todos devem participar da mudança da sociedade como um todo, e que isso tem que começar na família.