Cotas
Negros não têm acesso às universidades
Negros não têm acesso às universidades
A criação do sistema de cotas não representa um efetivo favorecimento da população negra, pois são apenas medidas burguesas ditadas pela falsa democracia da classe dominante
26 de outubro de 2004
Uma pesquisa realizada pelo Estudo do Laboratório de Políticas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), baseando-se em dados do último Censo, em 2000, aponta a nítida desproporção racial em relação a quantidade de negros e brancos nas universidades.
26 de outubro de 2004
Uma pesquisa realizada pelo Estudo do Laboratório de Políticas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), baseando-se em dados do último Censo, em 2000, aponta a nítida desproporção racial em relação a quantidade de negros e brancos nas universidades.
O estudo demonstrou que entre uma faixa etária acima de 25 anos, 1 em cada 10 brancos tem nível superior concluído, nível já bastante baixo, enquanto que entre os negros esta proporção mostra que apenas 1 para cada 50 pessoas considerada negras ou pardas tem o diploma.
Hoje se realizará na Uerj, um seminário que terá como tema “Dois anos de políticas de cotas: balanço e perspectivas”, onde será apresentado o “Mapa da Cor no Ensino Superior Brasileiro”.
Segundo o último Censo, uma média de 5,8 milhões de brasileiros já concluiu o nível superior, o equivalente a 6,77% das pessoas com mais de 25 anos.
Entre os brancos, cerca de 82,77% já tem nível superior completo, enquanto que desses apenas 2% são representados por negros, 12,2% por pardos e 0,1% por indígenas.
Além disso, a pesquisa comparou também a proporcionalidade racial nas universidades, onde, a maioria, 53,7% são brancos, 6,2% negros, 38,5% pardos, 0,4% amarelos e 0,4% indígenas.
Ainda em relação às pessoas que têm mais de 25 anos e já concluíram o ensino superior, o índice entre os brancos é de 9,93%, entre os negros apenas 2,13%, entre pardos 2,36% e entre indígenas 2,22%.
Considerando as pessoas que tenham mais de 18 anos e que estejam na universidade, cerca de 78,8% são composta por brancos.
Entre as pessoas que concluíram doutorado, a grande maioria, 86,4% são brancos, sendo que os negros representam somente 1,8%.
A pesquisa conclui afirmando que a desproporcionalidade racial nas universidades começa desde o ensino médio, onde é demonstrado que entre os estudantes que o concluem, cerca de 67,6% já são composta por brancos e 4,3% por negros.
“Já há, no ensino médio, um filtro racial. Como a oferta do ensino superior é menor que a demanda potencial, quem consegue entrar é a população branca. Se o nível médio fosse mais equilibrado, a desigualdade seria menor na universidade. Do jeito que está, o que se vê é que os negros ficam fora da universidade, e a discriminação se estende também ao mercado de trabalho”, explica o sociólogo José Luiz Petrucelli, pesquisador do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Atualmente 13 universidades públicas adotaram o sistema de cotas para negros, deficientes, indígenas, estudantes de baixa renda ou de escolas públicas.
No entanto, não há como considerar este sistema uma verdadeira medida de favorecimento aos negros e de outros setores oprimidos, pois devido à condição histórica da população negra, como superexplorada, a sociedade capitalista é incapaz de assimilar este setor, que é em sua imensa maioria integrante da classe trabalhadora.
Nesse sentido, para uma real emancipação do negro, independentemente do Estado burguês, é necessário um programa específico que atenda suas reivindicações políticas, contra as instituições privadas e pelo ensino público e gratuito para todos que queiram ter acesso à universidade.
http://www.pco.org.br/conoticias/negros_2004/26out_cotas.htm
http://www.pco.org.br/conoticias/negros_2004/26out_cotas.htm
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