segunda-feira, 7 de novembro de 2011


Os escravos eram considerados mercadorias e, por isso eram comercializados e trocados por produtos na época da colonização do Brasil. A escravidão fazia parte das referências culturais e de comportamento não apenas dos povos africanos, que os europeus encontraram e exploraram comercialmente, levando a extinção de povos e culturas. A escravidão fazia parte das tradições européias por isso os europeus exploraram o trabalho escravo dos africanos e dos povos da América. Na África os escravos eram comercializados no litoral africano, eram vendidos para os que fizessem maior oferta. Os escravos eram capturados nas guerras tribais e negociados Poe produtos como aguardente, fumo e outros. Quase quatro séculos de escravidão comprometeram a vida de milhões de pessoas. Muitos escravos morreram no trabalho diário ou foram vitimas da violência e outros sofreram com os preconceitos e discriminações pelas elites escravagistas, os escravos eram considerados inferiores na sociedade colonial. A escravidão deixou marcas profundas e abertas por meio de preconceitos e posições racistas que persiste até hoje.
Na época da colonização do Brasil a escravidão era permitida e era mais caro comprar e manter um escravo do que hoje. Hoje muitos trabalhadores são explorados com jornadas excessivas, condições inadequadas de trabalho, alojamentos precários, muitas vezes trabalhando em troco de comida e lugar para morar. E na escravidão atual não se faz distinção de raça (negra, amarela, indígena ou branca) ou credo. A escravidão em qualquer época no Brasil, tanto faz a ocorrida a séculos atrás como a atual, mantém-se a ordem por meio de ameaças, terror psicológico, coerção física, punições e assassinatos. Esta é uma situação indigna e que não deve ser admitida nos dias de hoje.
Raça não tem nada a ver com o biológico, hoje é um tema carregado de ideologia, com isso causa manifestações agressivas de intolerância e ódio racial como também o racismo implícito ou simbólico. Ao longo da historia as concepções de raça e racistas foram mudando por intermédio da cultura de cada tempo histórico. Uma das concepções de raça e racismo defende o surgimento da noção cientifica de raça no século XIX chamado de racialismo e desconsidera as ideias de raça do iluminismo e trafico de escravos. O racismo científico foi desmontado enquanto ciência por meio das argumentações da antropologia moderna na década de 1920, e pela ciência biológica baseado nas concepções genéticas posteriormente. O racismo e conceito de raça continuam resistentes às teorias cientificas que os desmentem, atualmente é explicado por intermédio de sobrevivências ou persistências de ideias do passado, fruto da ignorância. A segunda teoria diverge da anterior, conceituando o racismo como apenas um modo especifico do etnocentrismo, de julgar o outro pela aparência e hierarquizar grupos humanos pela distinção racial, tendo origem na idealização de algumas sociedades para julgar negativamente as demais sociedades. A terceira concepção considera o racismo como um fenômeno específico da modernidade que se constrói a partir do afastamento da religião como forma de classificar e explicar o mundo, e com a emergência do iluminismo no século XVIII.
É um desafio mudar a realidade, pois quem é preconceituoso e discriminatório nunca assume a sua postura e às vezes quem sofre também pratica os mesmos atos, e como esse é um ciclo vicioso todos deveriam ter uma consciência e responsabilidades dos atos. O diálogo aberto entre escola, família e comunidade sobre tais conceitos proporcionaria um maior conhecimento a todos.
Os conceitos sobre raça e racismo mudaram de acordo com cada época vivida, o conceito de raça na atualidade é carregado de ideologia e dissemina discriminações e preconceitos implícitos e explícitos. Como educadora observo no espaço escolar que existe um certo preconceito em relação à raça, isso por parte tantos alunos quanto dos profissionais que atuam no mesmo espaço.

 
Escrito por Olívia de Souza Matos

 

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