
Negro imaginário visível: Algumas figuras arquetípicas do elenco deste filme
Negativo revelado
”Um historiador chamou o período silencioso no cinema no Brasil (introduzido em 1898 pelo italiano Affonso Segretto) de "a bela época do cinema brasileiro", dada a quantidade e diversidade da produção. ...mas do ponto de vista do negro brasileiro, isso conta muito pouco. O cinema mudo coincide exatamente com o período áureo das teorias racistas, quando as religiões afro-brasileiras eram perseguidas pela polícia, e os mulatos claros usavam pan-cake para parecer brancos. Houve portanto poucos registros de negros em documentários.”
Apesar da patente invisibilidade do negro nos documentários de nosso período silencioso, aludida e lamentada aqui por João Carlos Rodrigues , talvez já se tenha dito, anteriormente, que a rigor não pode ser considerada, de modo algum, incipiente- ou mesmo insuficiente - a presença da imagem do negro no cinema brasileiro de ficção.
Já nas imagens inaugurais desta nossa cinematografia ‘posada’, o negro estava lá, de alguma forma impresso. A lista de filmes é extensa, a ponto de podermos afirmar, com razoável convicção que, do ponto de vista essencialmente imagético, nunca houve, exatamente, racismo no cinema brasileiro.
Não conheço ninguém que tenha assistido, sequer a um fotograma do documentário (um docudrama talvez )A vida de João Cândido, o marinheiro, realizado segundo as poucas fontes disponíveis em 1912, com direção de Carlos Lambertini e, sabe-se lá talvez, inspirado no ‘O encouraçado Potenkim’ filme clássico de 1906, realizado pelo russo Sergei Einsenstein.
Por conta da insuficiência de fontes aliás, o filme sobre João Cândido, acabou se confundindo com o documentário ‘A revolta da Esquadra’ também identificado como sendo de 1912, sensacional furo jornalístico do cinegrafista Alberto Mâncio Botelho (único fotógrafo a conseguir entrar no encouraçado Minas Gerais, nau capitânea da Revolta) que conseguiu entrevistar João Cândido líder dos amotinados da Marinha de Guerra, contra os castigos corporais.
É lícito se supor inclusive, que a maioria – senão todas - as imagens disponíveis hoje deste grande momento da história do Brasil, tenham sido registrados pelas câmeras deste grande precursor do documentarismo brasileiro que foi Alberto Mâncio Botelho.
Pois saibam que A vida de João Cândido, o marinheiro foi o primeiro filme censurado e proibido no Brasil por motivos políticos (certamente junto com o ‘Revolta da Esquadra’ de Botelho). A engrandecê-lo mais ainda, o fato de ter sido também o primeiro filme de ficção, no qual o negro apareceu como protagonista de sua própria história (não se tem a informação se os atores eram brancos pintados. Vamos acreditar que não).
...”Os atores (no tempo do cinema mudo no Brasil) ainda eram brancos pintados, como os minstrels americanos. Esse costume persistiu até bem mais tarde. No cinema, o verismo exige negros verdadeiros, e assim surgiram os primeiros atores profissionais, vindos dos palcos : Grande Otelo, Pérola Negra, Chocolate - os pseudônimos já ostentam a etnia, informando antes mesmo da própria imagem do intérprete. Mas seus personagens não cresceram de importância."
Caras imagens esparsas de filmes invisíveis.
”Um historiador chamou o período silencioso no cinema no Brasil (introduzido em 1898 pelo italiano Affonso Segretto) de "a bela época do cinema brasileiro", dada a quantidade e diversidade da produção. ...mas do ponto de vista do negro brasileiro, isso conta muito pouco. O cinema mudo coincide exatamente com o período áureo das teorias racistas, quando as religiões afro-brasileiras eram perseguidas pela polícia, e os mulatos claros usavam pan-cake para parecer brancos. Houve portanto poucos registros de negros em documentários.”
Apesar da patente invisibilidade do negro nos documentários de nosso período silencioso, aludida e lamentada aqui por João Carlos Rodrigues , talvez já se tenha dito, anteriormente, que a rigor não pode ser considerada, de modo algum, incipiente- ou mesmo insuficiente - a presença da imagem do negro no cinema brasileiro de ficção.
Já nas imagens inaugurais desta nossa cinematografia ‘posada’, o negro estava lá, de alguma forma impresso. A lista de filmes é extensa, a ponto de podermos afirmar, com razoável convicção que, do ponto de vista essencialmente imagético, nunca houve, exatamente, racismo no cinema brasileiro.
Não conheço ninguém que tenha assistido, sequer a um fotograma do documentário (um docudrama talvez )A vida de João Cândido, o marinheiro, realizado segundo as poucas fontes disponíveis em 1912, com direção de Carlos Lambertini e, sabe-se lá talvez, inspirado no ‘O encouraçado Potenkim’ filme clássico de 1906, realizado pelo russo Sergei Einsenstein.
Por conta da insuficiência de fontes aliás, o filme sobre João Cândido, acabou se confundindo com o documentário ‘A revolta da Esquadra’ também identificado como sendo de 1912, sensacional furo jornalístico do cinegrafista Alberto Mâncio Botelho (único fotógrafo a conseguir entrar no encouraçado Minas Gerais, nau capitânea da Revolta) que conseguiu entrevistar João Cândido líder dos amotinados da Marinha de Guerra, contra os castigos corporais.
É lícito se supor inclusive, que a maioria – senão todas - as imagens disponíveis hoje deste grande momento da história do Brasil, tenham sido registrados pelas câmeras deste grande precursor do documentarismo brasileiro que foi Alberto Mâncio Botelho.
Pois saibam que A vida de João Cândido, o marinheiro foi o primeiro filme censurado e proibido no Brasil por motivos políticos (certamente junto com o ‘Revolta da Esquadra’ de Botelho). A engrandecê-lo mais ainda, o fato de ter sido também o primeiro filme de ficção, no qual o negro apareceu como protagonista de sua própria história (não se tem a informação se os atores eram brancos pintados. Vamos acreditar que não).
...”Os atores (no tempo do cinema mudo no Brasil) ainda eram brancos pintados, como os minstrels americanos. Esse costume persistiu até bem mais tarde. No cinema, o verismo exige negros verdadeiros, e assim surgiram os primeiros atores profissionais, vindos dos palcos : Grande Otelo, Pérola Negra, Chocolate - os pseudônimos já ostentam a etnia, informando antes mesmo da própria imagem do intérprete. Mas seus personagens não cresceram de importância."
Caras imagens esparsas de filmes invisíveis.
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